Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas - CGTP-IN

20230705Efacec Arroteia arquivoSuscita uma grande apreensão o anúncio, feito ontem pelo Governo, de que ficou concluída a venda, praticamente de mão beijada, da Efacec à Mutares, um fundo de investimento alemão que se dedica à aquisição de médias empresas em situação complexa.
2.11.2023  


Para a Fiequimetal, justifica-se redobrada vigilância por parte dos trabalhadores.

A Efacec - como se afirma numa nota da federação à comunicação social - é uma empresa portuguesa de alto valor acrescentado e passará para as mãos de um fundo de investimento estrangeiro. A Mutares entrará neste negócio numa posição confortável e com uma taxa de esforço mínima, no que diz respeito ao investimento.

O País nada ganha com esta opção e teria tudo a ganhar com a definitiva nacionalização.

O Governo injectou até, ao momento, 200 milhões de euros na Efacec e prepara-se para colocar mais 160 milhões, a somar aos 35 milhões do Banco de Investimento. Estes números têm uma tradução directa: o Estado decide sanar e alavancar financeiramente uma empresa, para depois a entregar a um fundo de investimento com um historial pouco recomendável, no que diz respeito à «salvação» de empresas e à preservação e criação de emprego.  

Quanto ao Estado português, aquilo que seria recomendável – e que sempre a federação e o SITE Norte exigiram – era a nacionalização de uma empresa estratégica para a economia nacional e com reconhecimento internacional nas áreas da energia e da mobilidade. É igualmente um activo estratégico, numa altura de forte incremento na área das energias renováveis.

O ministro da Economia pode dormir descansado, depois de um dia que admitiu ter sido feliz. Nós não. A segurança quanto ao futuro da Efacec não pode ficar entregue a «milagres dos mercados».

Os trabalhadores da Efacec, o SITE Norte e a Fiequimetal estiveram, em especial desde 2017, na primeira linha daqueles que se opuseram a todas as decisões (e à falta de outras decisões) que constituíram ataques aos trabalhadores e perigos confirmados para o desenvolvimento e a consolidação da empresa, no interesse do País.  

A decisão do Governo não abala os argumentos com que defenderam a nacionalização nem diminui a determinação de, com os trabalhadores unidos e organizados, prosseguir a luta por trabalho valorizado e com direitos, num Portugal com futuro.

 

Ver também
Nota à comunicação social, com contacto para declarações
Governo diz que novo dono da Efacec comprometeu-se a manter empregos (DN, 1.11.2023)

E ainda...
Nem tragédia, nem privados para o futuro da Efacec (5.7.2023)
Nacionalização da Efacec deve ser definitiva (3.7.2020)
SITE Norte volta a defender nacionalização da Efacec (3.5.2020)
Arrestos em Angola não justificam ataque na Efacec (8.1.2020)
Segunda jornada de greve amanhã no Grupo Efacec (11.11.2019)
Despedimento colectivo na Efacec tem de ser travado (25.5.2018)

 

Subscrever notícias (mailing list)