A Fiequimetal e os seus sindicatos realizaram uma grande jornada de luta, em Lisboa, no dia 19, quinta-feira, com a participação de mais de 300 trabalhadores, dirigentes e activistas sindicais, vindos de diversos distritos, para entregar no Parlamento a petição «Profissões de Desgaste Rápido», com mais de 13200 assinaturas. Agora, vão ser pedidas reuniões com os grupos parlamentares.
22.9.2024
Esta acção, que constituiu uma grande demonstração da justeza da reivindicação de redução da idade de reforma para quem está sujeito a trabalho em condições de desgaste rápido da saúde, começou com uma concentração, na Praça Luís de Camões.
Durante o desfile, até à Assembleia da República, foi patente uma grande vivacidade, a comprovar que os trabalhadores das indústrias são muito sensíveis a este tema.
O desfile terminou junto da escadaria da Assembleia da República, onde os participantes nesta jornada se reuniram, frente a um palco móvel.
Aqui receberam expressivas demonstrações de solidariedade.
Começou por intervir Helder Pires, do Secretariado da DN da Fiequimental. O dirigente, responsável pela área da Segurança e Saúde no Trabalho na federação, defendeu a necessidade de debate sobre este tema e consequente alteração legislativa.
Lembrou as mais que justas reivindicações dos trabalhadores:
- o reconhecimento, como profissões de desgaste rápido, daquelas que implicam o desempenho de tarefas associadas a trabalho monótono, repetitivo, com elevada cadência, com exposição a agentes químicos perigosos, bem como a prestação do trabalho em horário por turnos, horário nocturno ou laboração contínua;
- um regime especial de acesso às pensões, por parte dos trabalhadores nestas condições, prevendo, nomeadamente, o acesso à pensão de velhice a partir dos 55 anos de idade, com 20 anos de descontos.
O coordenador da Fiequimetal, Rogério Silva, sublinhou a justeza das reivindicações de quem trabalha em condições mais duras. Assinalou que a recolha de assinaturas, inserida numa campanha sindical de informação e sensibilização, e o alerta, lançado aos órgãos de poder e à população, fazem parte da acção sindical mais geral, para exigir a valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Intervieram vários trabalhadores, cujas profissões têm de ser consideradas de desgaste rápido. Nuno Santos (da Volkswagen Autoeuropa), Fábio Roxo (da Exide), Mário Rocha (da Amcor) e Isabel Oliveira (da Bluepharma) relataram a realidade vivida nos seus locais de trabalho.
Para a entrega da petição, com as respectivas assinaturas, uma delegação da Fiequimetal foi recebida por Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente da Assembleia da República.
O assunto deverá ser debatido em plenário parlamentar, esperando-se que seja aprovada legislação específica, tomando em consideração as propostas dos trabalhadores, dos sindicatos e da Fiequimetal.
Nos próximos dias, a federação vai solicitar audiências aos grupos parlamentares, para expor esta grave situação e as justas reivindicações dos trabalhadores.
Com estas iniciativas, cumpre-se uma decisão saída do 5.º Congresso da Fiequimetal, a 30 de Novembro de 2023.
Ver também
— Desgaste rápido levado dia 19 à rua e ao Parlamento (16.9.2024)
