Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas - CGTP-IN

EDP-novo-logo-na-paredeNas negociações da revisão anual da tabela salarial, a administração da EDP mostrou que não vai mais longe porque quer distribuir pelos accionistas a parte da riqueza que deveria ir para os salários, numa altura em que os lucros já estão 19 por cento acima do valor de há um ano.
23.5.2025

 

Além de insistir em valores manifestamente insuficientes, a administração teve, na reunião da passada quarta-feira, dia 21, uma atitude de desrespeito para com os trabalhadores e as suas estruturas representativas: apresentou aquilo que já tinha apresentado na reunião anterior, alegando falta de condições para ir mais longe.

Assim sendo, esta reunião serviu apenas para a administração cumprir calendário, como acusa a Comissão Negociadora Sindical da Fiequimetal, num comunicado em distribuição desde ontem.

Mostrando uma bolsa quase vazia, os representantes patronais mantiveram a proposta de actualização em 2,3 por cento, com o mínimo de 40 euros, para os trabalhadores das BR (bases remuneratórias) 2 a 22 e das letras A2 a J; mais 40 euros, para os trabalhadores das letras K a Q; um por cento, para a remuneração por antiguidade, turnos e folgas rotativas: dois por cento para o subsídio de refeição e restantes matérias de expressão pecuniária.

A federação não deu o seu acordo a esta proposta e manteve a reivindicação de 150 euros de aumento para todos os trabalhadores.

Uma actualização salarial abaixo da proposta sindical apenas poderia ser viável, se fosse enquadrada num entendimento mais vasto, considerando uma alteração nas carreiras que permitisse reduzir significativamente a duração destas.

Está nas mãos da administração, caso não apresente uma melhor contraproposta relativamente aos aumentos salariais (para recuperar o poder de compra), trabalhar para um entendimento que satisfaça os trabalhadores em matéria de evolução nas carreiras.

Os representantes da administração assumiram o compromisso de consultar o Conselho de Administração Executivo. Não ficou agendada nenhuma reunião para dar continuidade à negociação.

 

Falta de condições?

Nas negociações, a Fiequimetal chamou a atenção para o facto de que, perante a tempestade Martinho e o apagão ibérico, confirmou-se toda a capacidade técnica dos trabalhadores, o profissionalismo, o empenho e o valor das «nossas pessoas».

A «falta de condições» é alegada pela administração pouco depois de a EDP ter apresentado um aumento dos lucros para 439 milhões de euros, no primeiro trimestre deste ano, o que corresponde a mais 19 por cento, em comparação com o mesmo período de 2024.

 

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