Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas - CGTP-IN

20160830subsidio estudo 1A administração da EDP confirmou que não valida o acordo sobre a revisão das normas que regulam a atribuição do subsídio de estudo a descendentes de trabalhadores e reformados, deitando ao lixo o resultado de mais de um ano de negociações e embolsando assim 600 mil euros. A Fiequimetal pediu a intervenção da DGERT e vai realizar plenários de trabalhadores.
11.11.2016



A administração da EDP veio confirmar a posição tomada pela sua comissão negociadora na reunião plenária de 26 de Outubro. A recusa de validar o acordo negociado, alegando que seria necessário que todas as representações sindicais o aceitassem, foi criticada pela comissão negociadora sindical da Fiequimetal, num comunicado em que destaca que a prepotência da administração exige acção dos trabalhadores.

Um «não» de 600 mil euros

Ao negar-se a assinar o acordo que apenas não tem o assentimento de uma organização sindical, a administração demonstra falta de ética negocial e desrespeito pelos trabalhadores interessados, e evidencia uma estranha preocupação em não isolar a única organização sindical que inviabilizou um acordo que não deixasse de fora nenhum trabalhador elegível para a atribuição do subsídio.

A falta de acordo à sua própria proposta contraria a declaração da administração da EDP no sentido de nesta negociação pretender, tão só, reformular os critérios de atribuição, e não reduzir os montantes despendidos, para o efeito, no último ano. Da posição, ora assumida, resulta prejuízo sério para os trabalhadores e uma acumulação vergonhosa de dividendos para a empresa, que embolsa assim cerca de 600 mil euros.

A CNS/Fiequimetal não aceita esta resposta da administração e considera-a um grave atentado à sua autonomia sindical. Foi solicitada a intervenção da DGERT (Ministério do Trabalho) com o propósito de repor a legalidade.

É falso que seja necessária a assinatura da totalidade das organizações. A autonomia sindical está defendida também na Constituição. E já houve casos em que a ausência de acordo da Fiequimetal não impediu a EDP de assinar com outras organizações.

A EDP vangloria-se, de forma constante e pública, de ser uma empresa «familiar e socialmente responsável». Mas entendeu agora deitar para o lixo mais de um ano de negociações que deram frutos, pois chegou-se a um texto que permitia continuar a ajudar socialmente todas as famílias que têm filhos a estudar e que fazem parte da base de sustentação da EDP.

A Fiequimetal e os sindicatos apelam a que os trabalhadores se mantenham unidos e que participem na ronda de plenários que será marcada brevemente, para discutir este e outros assuntos, incluindo a proposta de tabela salarial para 2017.

Ver também:
- Comunicado aos trabalhadores das empresas do Grupo EDP
- EDP não quis assinar acordo sobre subsídio de estudo (28.10.2016)

 

Subscrever notícias (mailing list)