À resignação do presidente da administração da Somincor deve seguir-se uma mudança de caminho, no sentido da livre negociação das propostas e do respeito pelos trabalhadores. Num comunicado em distribuição em Neves-Corvo, o STIM faz uma detalhada análise do processo e insiste na exigência de soluções.
6.1.2018
Ainda muito antes do actual conflito que opõe a administração da Somincor (Lundin Mining) aos trabalhadores, já o sindicato tinha apresentado as reivindicações aprovadas. Mas a administração optou por tentar impor os seus objectivos, afastando da discussão as propostas dos trabalhadores.
O sindicato reafirma que não há nenhum acordo, nunca houve, nem poderia haver, e explica o que se passou quanto a alguns pontos essenciais:
- a reivindicação dos trabalhadores do fundo da mina de acabar com os atuais horários,
- a antecipação da idade de reforma para os trabalhadores das lavarias e áreas adstritas
- e a promoção e progressão na carreira dos trabalhadores alvo de discriminação (em especial aqueles que não aderiram ao horário de laboração contínua).
A administração tem respondido com coacção, pressão e repressão sobre os trabalhadores, para os tentar demover das suas justas posições e para que se resignem às atrocidades patronais.
A resposta dos trabalhadores tem sido de firmeza e de combate e, durante os dias de greve, a administração não conseguiu atingir minimamente os seus objectivos.
Ressabiada com o êxito da luta, a administração ameaçou não pagar dias em que os trabalhadores não estariam em greve e, no dia 28 de Dezembro, impôs o lock-out nas lavarias.
Para o STIM, estas atitudes da administração são um reflexo de desespero.
O sindicato considera que o comportamento da GNR, durante a luta na Somincor, tem sido absolutamente deplorável. Reprimiu os trabalhadores que constituíam o piquete de greve, mesmo dentro das instalações da empresa, e intrometeu-se até nos horários de acção do piquete de greve, na forma e na duração das acções de sensibilização dos trabalhadores.
Demissão súbita
Na quinta-feira, dia 4, o STIM recebeu da Somincor a comunicação de que o presidente do conselho de administração (Mike Welch) renunciou ao cargo, com efeitos imediatos.
A administração não revelou os motivos desta decisão. Mas, face à incapacidade para a resolução do conflito, o STIM comenta que não será difícil perceber que motivos serão e recomenda: «Se outros houver que defendam a mesma linha de boicote à livre negociação e de desrespeito pelos trabalhadores e pelas suas propostas, sigam o exemplo…!»
Plenário vai decidir
Em plenário geral, nos dias 11 e 12, os trabalhadores e o seu sindicato vão fazer o ponto da situação da luta, discutir e aprovar as propostas reivindicativas para 2018, e decidir os contornos da continuação da luta. De modo a abarcar todos os trabalhadores, o plenário vai realizar-se em reuniões que acompanham a mudança de turnos: no dia 11, às 06h20, 14h20 e 22h20; no dia 12, às 22h20.
- Comunicado do STIM aos trabalhadores da Somincor
- Contra lock-out na Somincor haja verdade e negociação (28.12.2017)




Documento da CGTP-IN
