Aumentos salariais e avanços em outras reivindicações foram alcançados nos últimos dias pelos trabalhadores das Tintas Barbot e da Pemel Metal. Organizados no SITE Norte, decidiram, em ambas as empresas pela primeira vez, recorrer à greve, o que fizeram com grande determinação e unidade.
22.6.2023
Em comunicados ontem emitidos, o sindicato relatou com detalhe o modo como evoluiu a luta e os resultados alcançados.
Pemel Metal corrigiu «gratificação de balanço»
Os trabalhadores da Pemel Metal, em Leça do Balio, pela primeira vez na história da empresa e apesar das pressões sofridas, decidiram fazer greves de uma hora por turno, nos dias 31 de Maio e 7, 14, 21 e 28 de Junho.
Logo no primeiro dia, com concentração à porta da empresa, ficou bem demonstrado o descontentamento face à «gratificação de balanço» que a administração aplicou em vez de actualizar salários e e também perante a insuficiente actualização do subsídio de alimentação.
No dia 7, procurando dividir os trabalhadores, a administração anunciou um novo valor para o subsídio de refeição. Mas, em vez de dividir, isto veio reforçar a unidade dos trabalhadores e a determinação para aderir em força à luta, nesse mesmo dia.
A concentração, em greve, à porta da empresa, transformou-se num muito participado plenário de trabalhadores, mesmo com condições meteorológicas bastante adversas. Foi decidido mandatar o sindicato para contactar a administração, valorizando a actualização do subsídio de alimentação e reafirmando a exigência da integração da «gratificação de balanço» no salário-base.
No dia 14 de Junho, dia da terceira série de greves, a administração comunicou que iria proceder à actualização salarial, por via da integração da «gratificação de balanço» no salário-base.
Negociação a sério na Barbot
Depois das greves de uma hora, todas as cinco quintas-feiras do mês de Maio, a administração das Tintas Barbot, em Vila Nova de Gaia, respondeu de forma insuficente às reivindicações e os trabalhadores resolveram intensificar a luta, com greves de duas horas, nos dias 20, 22 e 28 de Junho, por um aumento salarial de 55 euros, a acrescer à actualização realizada em Janeiro, e pela igualização dos valores do subsídio de alimentação.
As propostas patronais apresentadas em Maio vinham sempre acompanhadas de contrapartidas inaceitáveis e foram firmemente rejeitadas pelos trabalhadores.
A administração apressou-se a marcar uma reunião com o sindicato para dia 19 e fez-se representar ao mais alto nível, o que não acontecera nas reuniões anteriores. Pela primeira vez ocorreu na Barbot uma verdadeira negociação entre as partes. Foi possível chegar a uma proposta patronal que, não satisfazendo na íntegra as reivindicações dos trabalhadores, era a melhor até ao momento.
A concentração em greve à porta da empresa, no dia 20, transformou-se num muito participado plenário de trabalhadores, onde foi apresentada aquela proposta.
Após discussão, uma contraproposta foi aprovada por unanimidade e uma delegação sindical apresentou-a de imediato ao administrador e responsável de recursos humanos.
Nesta reunião com a administração foi aceite na totalidade a contraproposta aprovada pelos trabalhadores.
Ver também
— Comunicado do SITE Norte «Unidade e determinação resultam em acordo na Barbot»
— Comunicado do SITE Norte «Com unidade e determinação, os trabalhadores da Pemel Metal obtiveram respostas às suas reivindicações»
— Retomada greve na Barbot defendendo exigências justas (17.6.2023)
— Começa greve na Pemel Metal para exigir salários melhores (29.5.2023)
Documento da CGTP-IN
