Uma delegação de sindicatos da CGTP-IN, da qual fez parte o coordenador da Fiequimetal, visitou a República Árabe Síria, de 26 a 30 de Novembro, a convite da Federação Geral dos Sindicatos (GFTU Síria).
6.12.2018
Além de encontros e reuniões com dirigentes da Federação Geral dos Sindicatos e da União Local de Sindicatos de Damasco, a delegação encontrou-se com directores de Centros de Saúde, membros da Igreja Católica na Síria e membros do Sindicato do Sector Ferroviário.
A delegação visitou fábricas e outros locais de trabalho, infra-estruturas e serviços públicos, constatando o seu estado actual e ouvindo testemunhos sobre a forma tenaz como os trabalhadores assumiram a primeira linha contra a agressão e contra a destruição provocada pelos grupos terroristas, e como de imediato lançaram mãos à obra na reconstrução.
A Síria tem sido alvo de uma contínua agressão dos EUA, Israel, França, Reino Unido e Turquia, directamente e também por via de grupos terroristas a soldo dos seus aliados na região, nomeadamente a Arábia Saudita e o Catar. Esta agressão visou a destruição e a tentativa de hipotecar a recuperação de um país que, depois de conquistar a sua independência, se empenhou na luta anti-imperialista e na solidariedade internacional, nomeadamente com a Palestina, albergando ainda hoje mais de um milhão de refugiados deste povo mártir.
A delegação constatou, portanto, uma realidade que desmente a tese do conflito interno, que os grandes meios de comunicação social têm difundido à exaustão, procurando legitimar uma acção terrorista que viola todos os direitos do povo sírio, o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas.
A agressão provocou até agora milhares de mortos, feridos e deficientes, bem como milhões de deslocados e refugiados e a dramática degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo da Síria. Esta situação desmente qualquer preocupação com os direitos e o bem-estar deste povo, que as potências agressoras têm invocado para a sua acção.
Apesar dos avanços até ao momento alcançados pelo Estado sírio e o seu exército no caminho da paz e da defesa da independência e soberania, a agressão e a tentativa de manietar a sua soberania e violar a sua integridade territorial não cessaram. É necessário apoiar a luta deste povo e continuar a denunciar a acção externa e os seus actores e, ao mesmo tempo, reforçar a solidariedade com este povo e este país – acção na qual a CGTP-IN está empenhada.
Com a CISA
A delegação da CGTP-IN reuniu-se ainda com a Confederação Internacional de Sindicatos Árabes (CISA), da qual obteve mais informação sobre a escalada de agressão no Médio Oriente, os seus actores, interesses e reais motivações: a exploração dos trabalhadores, dos mercados e das imensas reservas de petróleo e gás da região.
A instabilidade e acções de agressão em curso não podem ser desligadas dos objectivos de Israel (com o apoio dos EUA) de não só negar o direito de autodeterminação da Palestina, como destruir o seu povo, a sua história e a sua identidade próprias, fazendo assim da sua acção uma poderosa arma do imperialismo na região.
CGTP-IN reafirma posições
A CGTP-IN reitera o seu empenho na luta pela paz e na exigência de que o Governo português leve a cabo uma política de relações internacionais independente. que se desamarre da agenda agressiva, exploradora e predadora do imperialismo, particularmente dos EUA e da UE, e cumpra os princípios estabelecidos pela Constituição da República.
A CGTP-IN expressa uma vez mais a sua solidariedade aos trabalhadores, ao movimento sindical e ao povo da Síria, na sua luta em defesa da paz, dos seus direitos, do progresso e da sua pátria independente e soberana, com a integridade territorial reconquistada.
Constituição da delegação
Integraram a delegação dirigentes da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), do Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) e do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), e Augusto Praça, membro da Comissão Executiva e responsável das Relações Internacionais da CGTP-IN.