Os lucros de mais de 1100 milhões de euros, registados em 2022 pelo Grupo Galp Energia e anunciados há dias, resultam do esforço, da dedicação e do profissionalismo dos trabalhadores e comprovam, mais uma vez, que há condições para aumentar os salários, de forma digna, em vez de só remunerar os accionistas.
20.2.2023
Numa nota à comunicação social, a Direcção Nacional da Fiequimetal salienta que estes resultados financeiros do grupo contrastam com as dificuldades que os seus trabalhadores enfrentam no dia-a-dia, face ao brutal aumento do custo de vida.
O CEO do Grupo Galp, por exemplo, não pode vir dizer que os trabalhadores dos postos de abastecimento são a cara da empresa, quando se recusa a negociar as suas justas reivindicações e decide, de forma unilateral, actualizar os seus salários em valores que não repõem o poder de compra.
Com estes melhores resultados financeiros de sempre, a administração da Galp deve avançar, em todas as empresas do grupo, com propostas que correspondam às justas reivindicações dos trabalhadores, que garantam a reposição do poder de compra perdido nos últimos anos e que abram caminho à valorização do trabalho.
Estes lucros comprovam que, além de ser justo, é possível reintegrar todos os trabalhadores que, com o encerramento da refinaria em Matosinhos, foram lançados para o desemprego. Devem ser reintegrados com as mesmas condições que tinham e não, como tem acontecido, serem chamados aos poucos para trabalhar novamente no Grupo Galp, mas em condições inferiores.
Estes lucros voltam a colocar em evidência que, tal como os trabalhadores, também os consumidores e o País pagam caro o facto de o sector estratégico da energia continuar subjugado aos interesses dos accionistas privados.
Ver também
— Nota da Fiequimetal à comunicação social