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edp-revsalarial-2016Os resultados de 2015 têm de reflectir-se nos salários, pondo fim a anos sucessivos de uma política de distribuição da riqueza produzida que é generosa para os accionistas e só deixa umas migalhas para os salários dos trabalhadores, defende a CNS/Fiequimetal, num comunicado que emitiu antes da assembleia de delegados sindicais, que tem lugar esta manhã, para reforçar a posição a tomar horas depois, em mais uma sessão de negociação.
9.3.2016

 

O comunicado vem ainda na sequência da apresentação de resultados operacionais do exercício de 2015 do Grupo EDP, na semana passada, registando que, apesar de uma ligeira quebra, eles são da mesma ordem de grandeza dos de anos anteriores.

Nos últimos cinco anos, os resultados líquidos ultrapassaram a fasquia dos mil milhões de euros por ano, obtidos à custa dos trabalhadores, cujo número é cada vez mais reduzido, à custa da condenável externalização e concentração de serviços, com a consequente deterioração dos mesmos, e da tarifa eléctrica, que sobrecarrega os consumidores.

A EDP tem decidido nos últimos anos atribuir aos accionistas mais de 62 por cento destes resultados, sob a forma de dividendos, enquanto tem negado aos trabalhadores aumentos salariais dignos, limitando-se a meras actualizações, timidamente, à volta do valor da inflação e sem que tenha em apreço a produtividade, excepcionalmente elevada, por empenho e mérito dos trabalhadores.

A comissão negociadora sindical liderada pela Fiequimetal entende que isto não condiz com uma empresa que se diz socialmente responsável. A EDP está a desinvestir nos seus trabalhadores, a tratá-los como se eles fossem uma «despesa a evitar» e não como os obreiros da criação da riqueza que tão generosamente distribui pelos accionistas.
Muitos milhões de euros voam assim para fora do País, grande parte sem pagar cá impostos.

Impõe-se um desbloqueamento da posição da EDP nas negociações de revisão das tabelas salariais para 2016, que decorrem desde 26 de Janeiro e nas quais a administração tem apresentado propostas ridículas, de décimas de ponto percentual, mantendo 0,6 por cento na última reunião.

A Fiequimetal lamenta que os trabalhadores continuem a ser tratados desta forma e exige aumentos salariais que permitam repor algum do poder de compra perdido ao longo dos últimos anos, inclusive como forma de estimular o consumo interno e contribuir para dinamizar a economia nacional.

«Não podemos ficar indiferentes a mais esta injustiça» é a mensagem que os delegados sindicais deverão esta manhã desenvolver numa tomada de posição colectiva.

 

Ver também:

- Comunicado N.º 8 aos trabalhadores das empresas do Grupo EDP

- EDP desrespeita trabalhadores (3.3.2016)
- Proposta da EDP ainda muito baixa (29.2.2016)
- EDP a passo de tartaruga na negociação (12.2.2016)
- EDP deixou tudo na mesma (6.2.2016)
- Começou negociação salarial na EDP (27.1.2016)
- Por melhores salários na EDP em 2016 (28.12.2015)

 

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