Greve na SN Seixal contra horário ilegal

A SN Seixal, empresa com cerca de 400 trabalhadores, vai estar em greve das 22 horas de 31 de Março até às 22 horas de 3 de Abril, cumprindo um total de 24 horas por turno, para travar a intenção patronal de impor, no último dia deste mês, alterações ilegais no horário de trabalho, informou o SITE Sul.
21.3.2016

Numa nota de imprensa, o sindicato também inclui nos objectivos desta luta a contestação da chantagem e das pressões para obrigar os trabalhadores a aceitarem a alteração dos horários.
Exige-se o fim da repressão, das discriminações, das perseguições e dos processos e sanções disciplinares sem fundamento, e o cumprimento do direito à informação e ao diálogo que a lei atribui às organizações representativas dos trabalhadores.

Num plenário, dia 11, os trabalhadores da SN Seixal expressaram protesto, repúdio e indignação perante o facto de a Administração continuar a pretender aplicar um horário que é ilegal, porque não tem o parecer da Comissão de Trabalhadores.
Os trabalhadores consideraram totalmente inaceitável que a Administração ponha em causa a saúde e a segurança dos trabalhadores. Os novos horários de trabalho são ilegais porque:
 - Não contam como tempo de trabalho a meia hora de refeição;
 - Não indicam os intervalos de descanso nem o dia de descanso semanal obrigatório;
 - Não respeitam os limites máximos dos períodos normais de trabalho, de 8 horas diárias e 40 semanais;
 - Obrigam a mudanças de turno sem respeitarem o intervalo do dia de descanso semanal;
 - Em vez de protegerem, criam mais riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores, ao obrigá-los a fazer turnos seguidos de 12 e até mais horas, sem o devido descanso, mesmo durante o período nocturno;
 - Em vez de facilitarem, dificultam a conciliação da actividade profissional dos trabalhadores com a vida familiar e social (12 horas ao sábado e domingo), já que obrigam a mudanças constantes e variáveis de turno, nalguns casos no mesmo dia, com início a horas diferentes, quer seja de dia ou de noite;
 - Roubam quatro folgas em cada 42 dias de trabalho.

Ver também:
- Nota de imprensa do SITE Sul